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Crônicas de uma paulistana

Linhas largadas

Por: Leticia Marques Reginaldo

Está tão frio em São Paulo que sair da cama é quase uma tortura, mas enfim, sai. Fiz as coisas de casa como todos os dias, mas hoje decidi olhar meu e-mail pelo computador, com essa tecnologia do celular a gente mal sabe como é mexer em um computador, enfim, abri o youtube porque sinceramente não dá pra fazer nada sem música e como ultimamente venho escutando muito RAP, até no show da MOB79 eu fui sexta passada com meu amigo e aleatoriamente acabei sendo atraída por uma entrevista do Choice no canal Sessão de RAP.

Mas não é sobre o meu gosto musical que eu queria falar, é que no meio da entrevista o MC Choice disse duas coisas que me atraiu bastante a primeira foi que pra compor ele observava cada palavra dita por seus amigos, que ele observa bastante e quando pensava que não ele largava uma linha (largar linha= escrever) e que ele gostava de observar bastante quando estava dentro do ônibus, porque alí é um encontro de classes sociais um verdadeiro impacto, porque a pessoa que está sentada do seu lado pode ter sido criado na Irlanda e você na favela e ao lado de fora do ônibus pode estar acontecendo um assalto e você e a pessoa ao seu lado vão enxergar de maneiras diferentes esse assalto, porque vocês têm vivências diferentes, e esse é um grande impacto social e nós devemos estar atento a essas coisas e no RAP tem que observar com um olhar poético… O Choice tem razão..

Ano passado, eu tinha começado a escrever uma crônica, mas acabei não dando um fim pra ela, então depois dessa entrevista decidi terminá-la. Estava no ônibus, como de costume, eu, negra, classe média baixa, universitária ( uma das melhores universidades pagas do país), pais com empregos estáveis e na minha frente dois garotos que eu não faço a mínima ideia de onde vieram e quem eram, mas o que me chamou atenção neles foi que ao ver meninos de escolas particulares fora do ônibus eles colocaram a cabeça pra fora do ônibus e xingaram “Playboy do caralho!” e o pior de tudo, foi que eles falaram sério, não houve risadas. Fiquei com aquela cena durante muito tempo na minha cabeça, tentando entender o comportamento dos meninos, mas também entender como essa revolta de classes acontece. E foi exatamente nessa entrevista do Choice que percebi que realmente quando estamos no ônibus estamos de cara com o impacto social, para mim pode ter sido uma cena marcante, mas para outras pessoas podem ter sido uma coisa comum, ou de extrema ignorância, convivemos com pessoas distintas todos os dias, não sabemos o que elas sentem, da onde vieram, no que acreditam, qual sua ideologia, não sabemos nada, mas essas pessoas e esses mundos distantes em que vivemos mesmo estando perto nos faz refletir cada vez mais nesses impactos sociais que juramos ser comum, mas não é.

Largar umas linhas sobre isso, foi exatamente observar as pessoas a minha volta e o seus comportamentos, talvez poderia ter sido uma entrevista comum do Choice, mas para mim foi importante para concluir uma crônica que jamais teria o sentido que teve se não fosse ele dizer aquilo, assim como essas palavras que estou digitando, pode ser de impacto ou não pra você, mas jamais serão apenas linhas largadas, pra alguém fará sentido.

Para: Sr. Motorista

Existem coisas boas que devemos guardar para manter com a gente. Eu ando muito de transporte público, quando pego o ônibus das 23h, tem um motorista que é o tipo de pessoa que você conversaria em qualquer lugar, em um  churrasco, numa balada, no trabalho, em casa, no museu, etc, o cara sabe sobre tudo um pouco. Não sei o nome dele, só sei que ele é alto, tem uns 2 metrôs de altura, negro, forte, mas não gordo e uma voz, que cairia perfeitamente bem nas minhas aulas práticas de rádio de tão bela que é.

A questão é que ele tem um jeito de super pai, e uma simpatia absurda, todos que entram conversam com ele, exceto eu, que converso com tanta gente, justo com ele que gostaria de ter alguns minutos de prosa, não consigo, mas eu sento atrás de seu banco só pra ouvir qual vai ser o assunto da vez.

É como eu disse, há coisas que devemos guardar, imagine se eu falo que gostaria de conversar com ele, pode ser que ele leve para o outro lado, tem coisas que a gente tem que deixar fluir e guardar para gente, talvez ele também tenha vontade de falar comigo, já que pego ônibus todo dia com ele, com o meu ar de cansada pós faculdade, mas talvez eu seja mais uma passageira, daquelas que da boa noite e quando está próximo do ponto passa a catraca e tchau. Enfim, Sr. Motorista das 23h, creio que você não vai ler isso, mas quero deixar registrado, que adoraria falar com você sobre qualquer assunto, o tempo, o trânsito, o noticiário, pouco importa, porque pessoas simpáticas, educadas e inteligentes como o senhor qualquer assunto se torna uma grande pauta.

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Alergia

Noite passada tive uma grande dificuldade para dormir, talvez porque tenha cochilado antes do horário; talvez porque eu dormi em cima do cobertor de tanta preguiça que estava e ele acabou me incomodando, mas também podemos culpar a coceira que estava na minha mão. Cocei tanto, cheguei a ficar em êxtase de tão gostoso que foi poder coçar algo que está implorando para ser coçado, por uma unha razoável, nem grande e nem pequena.

Acordei, segui minha rotina, lentamente, porque é assim que sou quando acordo, lenta. Então me dei conta de que havia algo errado com meu pulso que estendia até minha mão e ardia, quando olhei estava toda pipocada, mas não passei nada e muito menos tomei algo, já que odeio remédios. Enfim, fui trabalhar.

Tivemos um começo de dia comum no trabalho, até que, surge uma pauta inesperada e urgente, então lá vamos nós comunicadores realizar esse serviço. O dia era para ser comum, mas não foi, nada é comum quando você deseja um dia comum. Então fomos e fizemos nosso dever, na volta para a casa – pois nem para Universidade me dei ao luxo de ir – recebo uma noticia lamentável de falecimento, fiquei triste e pensei que o dia parasse por aí, mas não. Cheguei em casa peguei o notebook e liguei a televisão, como futura jornalista tenho que estar a par de tudo que acontece, principalmente no meu país que cometeu um ataque terrorista contra a própria democracia, eis que ouço o que menos queria ouvir “ Voltamos dentro de instantes para a posse do presidente Temer”, sim Temer, e queria deixar claro aqui na minha crônica que sou contra seu governo e fui contra a esse golpe de Estado.

Fiquei chateada e muito triste pelos acontecimentos de hoje, pois são coisas que jamais serão esquecidas, dois falecimentos num só dia, um deles a democracia, enquanto a minha alergia, logo passa.

Dia 31 de Agosto de 2016 – Golpe de Estado consolidado no Brasil, presidente Temer assume o governo e eu, fui contra.

Resenha: Stranger Things (1° Temporada)

Olá galera, eu queria falar com vocês sobre o seriado Stranger Things, original da Netflix. Primeiramente, eu gostaria de deixar registrado que eu amei e que a Netflix não cansa de nos surpreender.

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Stranger Things é um seriado que relata a amizade de quatro crianças, entre elas Will Byers (Noah Schnapp), que resolve desaparecer misteriosamente, baseado nos anos 80 na pequena cidade de Indiana, Hawkins, o desaparecimento do jovem Will gera um alerta na cidade e faz com que todos, inclusive seus amigos que o viu pela última vez, fossem atrás dele.258537

Durante a caça ao Will, coisas estranhas começam a aparecer, entre elas uma jovem, cujo o nome é um número, Eleven (Millie Bobby Brown), traduzindo, Onze (11), mas eu prefiro, Eleven, pois seu apelido no seriado na versão original (inglês) é “El”, dublado deve ser bem zoado, como “On”, fica bem estranho. Enfim, a garota possui super poderes mentais, para ser mais clara, como os poderes da Jean Grey, em X-men. Além da garota, um monstro começa ter acesso a este mundo abrindo um grande portal para outra dimensão.

Eleven, como é chamada passa a ser amiga dos amigos de Will, Mike (Finn Wolfhard), Lucas (Caleb McLaughlin) e Dustin (Gaten Matarazzo – um fofo), quando ela esta a procura de um esconderijo, pois esta sendo procurada pelo Dr Martin (Matthew Modine), que desenvolveu seus poderes, como se fosse uma Arma X do X-Men.

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Nessa busca incansável por Will, outros personagens se destacam, como Joyce Byers (Winona Ryder), que é a mãe do desaparecido e que busca sinal do filho em qualquer coisa, inclusive através de luzes de natal, acredite ela está no caminho certo,  Jonathan Byers (irmão do Willl) e Nancy (Natalia Dyer), irmã do Mike, também vão a caça do garoto e de uma amiga de Nancy, porém de uma outra maneira, mas conseguem chegar no mesmo caminho que Joyce e o imbatível e corajoso chefe de policia, Hopper (David Harbour) que confia nas loucuras de Joyce e de todos os outros e não desiste dessa procura até achar o garoto.

O que mais chama atenção nessa série é a amizade que se constrói ao longo do seriado, você mergulha na história e se torna amigo de todos sem querer, eu geralmente não gosto de suspense, mas ver essas crianças atuando e te trazendo para sua infância com uma simples busca pelo amigo, com uma imaginação totalmente aberta e chegando perto de resolver o caso, é bem gostoso de  assistir e torcer pela amizade deles, é como se você estivesse dentro de um jogo de tabuleiro para descobrir quem matou quem.

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Mesmo com o suspense todo o seriado é leve, divertido e muito fofo, porque as crianças que atuam trazem uma inocência tão boa, que você assistiria por dias e dias. E também cada episódio é de 30 minutos no máximo então não é tão massante e você fica com um gostinho de quero mais. Inclusive a segunda temporada já foi confirmada, mas sem data prevista para estreia. Outro motivo para ver eles atuando, é porque eles amam os brasileiros ♥

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Veja o vídeo cliando na imagem.
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Veja o vídeo clicando na imagem.   

Linha de chegada

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Cidade de São Paulo – Imagens retirada da internet

Eu sinceramente só queria entender o porque da pressa ? Eu nem estava atrasada quando fiquei incomodada com isso, estava andando em passos rápidos e grandes como se eu tivesse que chegar no horário, caso contrário, perderia meu emprego. Nós paulistanos temos uma mania muito feia de andar correndo sem razão.

Confesso que resolvi desafiar minha mania paulistana, comecei a andar devagar e gente que horrível, sério as pessoas passavam correndo do meu lado, uma senhora de idade quase me deu um tapa por estar andando naquela velocidade na frente dela e o pior de tudo é controlar minha mente, “Anda devagar, você não está atrasada, sem pressa, slow down”, só que não, automaticamente minhas pernas ganharam vida própria e eu já estava andando no mesmo ritmo de todos e quando comecei acelerar meu corpo dizia: Obrigada, agora sim você está normal. Como se andar devagar fosse uma coisa bizarra sabe?!.

Agora eu sei porque meu primo que mora em Londrina-PR não curte muito andar em São Paulo, gente coitado, do nada ter que correr, porque todos aqui vivem correndo. É meio estranho, mas é assim que vivemos em São Paulo, corremos demais, por isso esquecemos de muitas coisas, como a carteira, a chave, o batom, o respeito, a humildade e principalmente de viver.

Crônica por: Leticia M. Reginaldo (Eu preciso de dicas de nomes para assinar minhas crônicas, help me)

Não façam fogueira nesse frio, por favor.

Olha, não sei o que esta acontecendo aqui em São Paulo, só sei que não recuso nenhum café quente, nenhuma maratona de Netflix e nenhuma oportunidade de ficar em casa de baixo das cobertas. Teve um tempo atrás que eu até desejava muito morar nos Estados Unidos só para fazer aqueles bonecos de neve, quem nunca né ? Mas pensando bem, prefiro mesmo é usar um shorts, blusa regata, tomar uma cerveja sem ficar com a mão congelada ou até mesmo quase chorar tendo que lavar a louça.

A temperatura aqui está variando de 10 °C à 3°C na madrugada, gente imagine a sensação térmica disso? Para mim é de quase – 3° C, ta sendo uma tortura NÃO PODER FICAR NO SOFÁ VENDO TV PORQUE ESTÁ FRIO.

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Enfim, eu sei que nesse frio buscamos de tudo para nos aquecer, mas você que pensa em fazer uma festa junina ou julina, por favor, não faça fogueira neste frio. Estava na casa da minha tia noite passada, era aniversário do meu primo, coitado, pois a 21 anos ele comemora o aniversário como o mesmo tema “arraiá”, enfim, minha tia decidiu fazer uma festa surpresa “junina” pra ele, e adivinha só ? com a bendita da fogueira. Olha, de inicio até foi uma ideia bacana, mas depois, rapaz… Pensa na fumaça(e olha que o local era aberto), você não sabe se olha pra pessoa que esta conversando, se abana com uma das mãos, ou se limpa seu olho que esta lacrimejando por conta da fumaça, mas o pior não é isso e sim quando você esta todo agasalhado chega em sua humilde residência, o cheiro de fumaça que fica em você é 5x pior do que o de churrasco.  

Pensa comigo, você vai todo bonito para festa, com aquela sua jaqueta maravilhosa que você usa na semana para trabalhar, quando de repente ela esta cheirando a propria cinza e você tem chegar em casa de noite, tirar todas aquelas camadas de roupas colocar tudo pra lavar, tomar banho, lavar o cabelo, ai no outro dia ainda tem que lavar a roupa, colocar a mão naquela água gelada.

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Então galera é assim, se você ama o próximo, não faça fogueira nesse frio, uma festa junina não depende de fogueira para acontecer.

#desabafo

Máximo Respeito !

“Eles querem que alguém que vem  de onde nós vem , seja mais humilde abaixe a cabeça, nunca revide finja que esqueceu a coisa toda…. Eu ? Quero que eles se foda… Nunca deu nada pra nois cara… cara..Nunca lembrou de nós cara…caralho”

 

Sorry leitores

Gente, chegou minha vez, o bloqueio de escritor chegou até mim e sinceramente não sei o que fazer, tenho tantas crônicas para começar escrever, mas não sai nada, quem escreve sabe do que eu estou falando, nossa cabeça fica a milhão, tendo várias ideias mas nada do que escrevemos está bom ou do jeito que queríamos.

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Conversando com um amigo que fiz através do Facebook, que por sinal também é escritor, aliás um dos mais puros que já conheci, ele me disse dos estremos que é escrever, pois há quem prefira escrever quando está em um auge de amor e há quem prefere suas escritas em horas tristes, que é no meu caso, não que eu só escreva triste, mas que as coisas ficam mais lógicas, não gosto muito de cliché e talvez isso acabe me atrapalhando também.

Enfim, a escrita é sagrada para um escritor e ela tem que sair perfeita para ele, caso contrário fica tudo horrível e parece que a mensagem não foi passada, só queria que aguardarem esse meu momento acabar, prometo crônicas ótimas e me contem como vocês superam esse bloqueio ? Talvez uma bebida, quem topa ?

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Rabisco

Em uma palestra que estava assistindo e fazendo algumas anotações, saiu um verso de “amorzinho” hahahaha Espero que vocês gostem, caso contrário não me julguem, pois meu forte é crônica.

(Sem título)

Ela queria ser verão
no inverno que era
o peito dele

Ela queria ser primavera
no outono de sua alma

Ela só queria ser dele
e mais nada.

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